TRAIMOS OU NOS OBRIGAMOS A SER FIEL?

Fidelidade

 
O Wikcionário possui o verbete fidelidade
Fidelidade (do latim fidelitas pelo latim vulgar fidelitate) é o atributo ou a qualidade de quem ou do que é fiel (do latim fidelis), para significar quem ou o que conserva, mantém ou preserva suas características originais, ou quem ou o que mantém-se fiel à referência.
Fidelidade implica confiança e vice-versa, e essa relação de implicação mútua aplica-se quer entre dois indivíduos, quer entre determinado sujeito e o objeto sob sua consideração, que, a seu turno, também pode ser abstrato ou concreto. Essa co-significação originária mostra-se plena quando se trata de dois sujeitos, ambos com capacidade ativa, pois, nesse caso se pode invocar o correlato confiança (do latim cum, "com" e fides, "fé").
O Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa define fidelidade como:
fidelidade [Do lat. fidelitate.]
Substantivo feminino.

  1. Qualidade de fiel; lealdade.
  2. Constância, firmeza, nas afeições, nos sentimentos; perseverança.
  3. Observância rigorosa da verdade; exatidão.
  4. Fís. Propriedade duma balança que assume sempre a mesma posição quando solicitada pelas mesmas forças.
  5. Fís. Propriedade dum sistema acústico capaz de reproduzir sons de todas as freqüências presentes num sinal original, respeitando as relações de intensidade.

A despeito de suas raízes históricas e sua significação originária em conotação religiosa (atualmente ainda válida), a ideia de fidelidade não se lhe prende mais exclusivamente. É comumente aplicada tanto a pessoas quanto a outros entes, animados e inanimados, concretos, abstratos ou mesmo imaginários, desde que observado o seu núcleo de significação, "ser ou permanecer conforme as características originais". Nessa acepção, pode-se dizer que se assemelha à ideia de invariância, embora não sejam necessariamente o mesmo conceito. Conservar quer dizer manter; preservar, por seu turno, quer dizer prevenir para que não haja alteração.

Uma história real para vocês…

Abordar este assunto me lembrou a história real de uma mulher fiel. Casada há pouco mais de 10 anos, tem dois filhos, ama seu marido e vive um casamento feliz e bem sucedido até então. De repente, um dia um homem despertou seu interesse, ele inicialmente sentiu-se atraído por ela e mesmo sabendo do seu casamento abriu o jogo.
Eles trabalhavam no mesmo setor de uma empresa, encontravam-se todos os dias, compartilhavam tarefas e precisavam tomar decisões em conjunto. Fatalmente estavam quase sempre juntos, sozinhos, numa mesma sala. Depois de ouvir as declarações do colega ela se abre com as amigas, envaidecida e feliz, comentando sobre ele muito animada, e afirmando o quanto ele era um homem interessante, bem sucedido e atraente.
Ao final pede discrição pois o assunto deve ficar apenas entre elas, seu marido não poderia nem sonhar aquela situação. Ela deixa claro que não se envolveria com o colega, era casada e precisava permanecer fiel ao marido, mas deixou claro, pelas reações, o quanto a situação a deixara empolgada.
Depois do ocorrido, para quem sabia do fato, ficava claro o quanto aquela situação mexia com a mulher, toda vez que eles se encontravam ou falavam ao interfone na empresa, um sorriso ou uma expressão de satisfação tomava conta do seu rosto. Ficavam cada vez mais próximos, mais amigos, percebia-se claramente uma forte atração e afinidade entre os dois.
paquerando
As mulheres apreciam serem paqueradas, e uma afinidade inicial pode crescer facilmente…
Em várias ocasiões ele a levava em casa, e quando ela não conseguia a sua carona sentia-se certa frustração no seu semblante. Em eventos sociais da empresa sempre estavam juntos e algumas vezes esticavam para um restaurante com outras pessoas.
Depois de algum tempo nesta rotina ela foi questionada pelas amigas se estava acontecendo algo entre eles, a sua resposta foi negativa e seus argumentos baseavam-se nas obrigações como esposa, mas ficava muito claro o quanto ela estava atraída, daquela forma feminina que expliquei inicialmente: uma atração carregada de admiração.
Enquanto isto acontecia, as amigas mais chegadas percebiam o quanto ela mudara o comportamento com o marido, tinha pouca paciência com ele, esquecia compromissos marcados, recusava alguns convites. Não, ela não deixara de amá-lo, mas vivia o dilema da obrigação de ser fiel e sofria com suas conseqüências.
Daí eu me pergunto, até onde é válido um comportamento destes? Reprimindo o desejo que sentia, ela cada vez mais o maximizava, pois ele ia crescendo pela impossibilidade. Nesta hora é que duvido da imposição da fidelidade.
Porque algumas vezes os homens reclamam que sua companheira, do nada, começa a reclamar, falar dos seus defeitos, das coisas que a incomoda, coisas que ele nem imaginava que ela pensava? Fica estranha, mau humorada, briga por tudo? Porque isto, de onde vem este comportamento? Já pensaram sobre isto?
Não acho que a fidelidade deva ser uma obrigação, mas é assim que dita a sociedade católica(*). Ser fiel por uma motivação verdadeira, que vem do íntimo e não ditada pelas convenções e condicionamentos, esta sim é a verdadeira fidelidade, um comportamento para poucos e que não acontece sempre.
A condição humana, nossa imperfeição, faz com que muitas vezes não tenhamos esta motivação verdadeira e daí partimos para duas alternativas: trair ou nos obrigarmos a ser fiel.
papodehomem.com.br

Comentários

  1. Fidelidade, obviamente.
    Traição é algo horrível e cobarde.

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  2. Sim meu amigo Pedro,

    Qualidade de fiel; lealdade.

    Uma plantinha a ser regada diariamente!
    Meus cumprimentos pela bela postura!

    Eunice Espinola.

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