Livro sobre investimentos brasileiros em Portugal lançado na Fnac Chiado

Após o lançamento na Embaixada do Brasil, Cristiano Cechella apresenta a sua obra este sábado na livraria Fnac do Chiado, em Lisboa.
Da Redação


Lisboa - O economista Cristiano Cechella apresenta este sábado o livro "A globalização e a internacionalização das empresas brasileiras em Portugal". A divulgação da obra, editada pela Principia, será na Fnac do Chiado, em Lisboa, a partir das 15h. A apresentação estará a cargo de Tomaz Ponce Dentinho.

Em entrevista ao Portugal Digital, que agora republicamos, o autor sublinhou que a tendência da informação económica sobre os dois países "é altamente positiva".

Em que medida o trabalho que agora lança se diferencia de anteriores investigações sobre as relações económicas luso-brasileiras?
Este é o primeiro livro que trata dos investimentos das empresas brasileiras em Portugal. Também é o primeiro livro no mundo sobre a internacionalização das empresas brasileiras em um país em particular. E Portugal é o primeiro! Neste sentido, é realizado um profundo estudo sobre 27 factores que descrevem o actual perfil dos investimentos das empresas brasileiras em Portugal, como benefícios para Portugal e Brasil, impacto no desenvolvimento regional, estudo de casos, factores de competitividade, retorno sobre o investimento, a importância da geografia económica, e muito mais, sob a base das teorias e estudos sobre as motivações de investir no exterior, da evolução do investimento estrangeiro no mundo desde o século XIX, da ascensão dos países emergentes, em especial os BRICs, do novo estágio do Brasil como investidor internacional, e a economia portuguesa, a sua evolução e um estudo comparativo entre as motivações para investir das empresas brasileiras e as italianas, americanas, espanholas, alemãs e japonesas.

Qual é a grande conclusão que se pode tirar da sua pesquisa?
É difícil ter uma grande conclusão, pois o livro, por colocar as teorias e os estudos do investimento estrangeiro, pode servir para a análise de outros países e casos; também aborda os efeitos do investimento sobre o emprego, o meio ambiente, os Estados, e etc, portanto, serve para o leitor reter as suas conclusões de acordo com a sua experiência ou ramo de actuação.

Em termos pessoais, a grande conclusão que chego é que não importa a empresa, se é pública, privada, nacional ou estrangeira, que potencializará o bem-estar das populações, e sim as acções de um e de outro, tendo em vista o bem comum. Também chego à conclusão de que o Brasil chegou à sua maturidade na economia, através de empresas de ponta nas mais variados sectores da economia, e a internacionalização é um reflexo disso, mas com desafios importantes para manter o bom rumo. Sublinho ainda a capacidade empreendedora do povo. O Brasil foi o pais com maior capacidade empreendedora dentre os países do G-20 em 2010, de acordo com o Global Entrepreneurship Monitor, o que no estudo do livro reflecte, por exemplo, na facto de a grande maioria de empresas que se internacionalizaram por Portugal serem pequenas e médias empresas. Realço ainda a importância da afinidade cultural como dinamizadora dos investimentos bilaterais, não sendo um fim em si mesma, bem como o enorme potencial que há em Portugal e na sua população, o que fica claro no livro.

Depois desta publicação, que outros temas, no domínio das relações bilaterais, ainda poderão ser explorados no meio académico?
Há vários, como, por exemplo, a questão dos impactos da imigração nos países; [há os] estudos que visem aumentar o comércio entre os dois países, estudos de casos empresariais, tanto no Brasil como em Portugal, a contribuição luso-brasileira para que se assegure também nos negócios, seja público ou privado, o comportamento ético, e muito mais.

Considera que ainda hoje há um défice de informação em Portugal sobre a economia e vice-versa?
Quando se começou os estudos sobre as empresas brasileiras em Portugal, em 2003, por exemplo, havia imensas dificuldade nesta área. Agora já não, pois o conhecimento vai sendo incrementado. Assim, a tendência é altamente positiva, mesmo com algumas crises no caminho, o que pode até mesmo potencializar a depender da forma como é tratada.

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